Existem vários tipos de produção agrícola no Brasil, entretanto, alguns tipos são mais comuns.
Um país de dimensões continentais e vasta diversidade de solos e climas é propício para diferentes práticas agrícolas. Portanto, vários são os tipos de produção agrícola no Brasil: agricultura moderna; agricultura intensiva; agricultura extensiva; agricultura familiar; agricultura patronal; e agricultura orgânica.
Entre outras distinções, suas características variam conforme o tamanho das propriedades, o mercado ao qual se destinam e o grau de tecnologia implementado nas fazendas.
Os atributos das áreas geográficas e a vasta extensão territorial resultaram em diferentes tipos de produção agrícola no Brasil. Tais práticas vão desde modelos tradicionais até sistemas altamente automatizados, abrangendo uma ampla gama de culturas. Além disso, o tipo de mercado que o agricultor visa também desempenha um papel crucial na determinação do método agrícola adotado.
Moderna
Com o avanço das inovações no setor agrícola, a prática da agricultura a nível global ingressou em uma nova era: a agricultura moderna, que se caracteriza pela progressão dos métodos de produção agrícola e pela transformação dos padrões de atividade rural. Esse desenvolvimento teve origem durante a Revolução Industrial e ganhou impulso ao longo dos últimos cem anos.
Assim, este modelo de produção, se fundamenta na incessante adoção de tecnologia e em pesquisas científicas e mantém-se relevante, tendendo a progredir em ritmo acelerado, à medida que os agricultores assimilam diversas inovações.
Um exemplo disso são as práticas deagricultura de precisão e agricultura digital, que passaram a se aplicar no cotidiano dos agricultores brasileiros a partir de 2010. Tais métodos têm perspectivas de expansão à medida que se integram novas tecnologias, como Inteligência Artificial e Internet das Coisas (IoT).
A aplicação da tecnologia e de métodos de produção modernos possibilita a essa modalidade agrícola alcançar níveis de produtividade e rentabilidade cada vez mais elevados.
Intensiva
Agricultura intensiva e agricultura moderna são conceitos que se equiparam. Ambos surgiram no século XX como resposta à crescente necessidade global por alimentos.
Por meio de máquinas agrícolas, produtos químicos, recursos e outras tecnologias, os agricultores conseguiram aumentar significativamente a produção e a lucratividade das colheitas. Assim, maximizaram os resultados por área cultivada.
No entanto, se conduzida de maneira inadequada e com gestão deficiente, a agricultura intensiva pode resultar na degradação do solo e em outros danos ambientais.
Extensiva
A agricultura extensiva ou tradicional refere-se àquela que emprega métodos de produção simples e herdados, caracterizados pela escassa mecanização e pelo limitado uso de tecnologia, frequentemente resultando em produtividades modestas para os agricultores.
Consequentemente, essa abordagem se apoia em técnicas rudimentares e antigas de cultivo, com pouca automação e investimento tecnológico, o que se traduz em resultados de produção menos expressivos.
É importante ressaltar que a agricultura extensiva ainda é amplamente comum no Brasil, sendo empregada principalmente por pequenos produtores. Geralmente, a produção destina-se ao consumo próprio ou ao fornecimento do mercado local.
Familiar
Como sugere o próprio termo, o modelo de agricultura de base familiar se caracteriza pela participação de membros de uma mesma família no cultivo da terra. Além de servir às necessidades de subsistência, esse tipo de atividade agrícola desempenha um papel fundamental no suprimento dos alimentos do mercado interno brasileiro.
Conforme evidenciado pelos dados do Censo Agropecuário conduzido pelo IBGE em 2017, aproximadamente 77% das propriedades rurais do país adotam o modelo de agricultura familiar.
Assim, dada a sua relevância nacional, implementaram-se diversas políticas governamentais com o intuito de fortalecer a agricultura de base familiar, oferecendo suporte técnico e financeiro aos produtores envolvidos.
Patronal
Em contraste com o modelo anterior, na agricultura patronal, a produção não se destina ao consumo interno da família, mas sim ao mercado nacional e internacional.
Para atingir esse objetivo, há um substancial investimento na otimização da administração das lavouras, com a contratação de mão de obra qualificada e a aplicação de uma variedade de insumos, práticas de manejo e tecnologias que garantam a lucratividade do empreendimento.
Desse modo, é viável incrementar a eficiência produtiva no campo. Esse modelo se adota em propriedades de médio e grande porte que apresentam um considerável potencial de produção.
Orgânica
Com um enfoque marcante em questões ambientais e de saúde, a agricultura orgânica transcendeu a categoria de mera tendência para se consolidar como um segmento de mercado significativo.
Essa abordagem prioriza uma produção com reduzido emprego de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, priorizando o uso de insumos de origem natural.
De acordo com a Associação de Agricultura Orgânica, esse modelo de prática agrícola desenvolve tecnologias adaptadas às características locais do solo, relevo, clima, recursos hídricos, radiação solar e diversidade biológica específica de cada região, promovendo a harmonia entre esses elementos e os seres humanos.
É importante ressaltar que a agricultura sustentável compartilha princípios ecológicos semelhantes com a agricultura natural, biodinâmica e agroecológica, embora adote técnicas e conhecimentos distintos.
Conclusão
Os vários tipos de produção agrícola no Brasil refletem não apenas a vastidão territorial e as características geográficas do país, mas também a adaptação às demandas do mercado e às preocupações ambientais. Assim, desde modelos altamente tecnológicos até práticas tradicionais, o cenário agrícola é marcado pela agricultura moderna impulsionada pela tecnologia, pela agricultura familiar como pilar da segurança alimentar interna, pela agricultura patronal voltada para o mercado nacional e internacional, e pela agricultura orgânica, destacando-se pela sustentabilidade ambiental. Essa variedade de abordagens evidencia a complexidade do setor e a necessidade de políticas que promovam tanto a produtividade quanto a sustentabilidade no campo.
( fonte: bruna oliveira/ digital agro)